Qual a melhor hora?
O Roteiro de Vida: Uma Expectativa Imposta
Muitas vezes, a pergunta mais comum nos consultórios é: qual é a melhor hora para fazer algo? Provavelmente, você, assim como eu, aprendeu que a vida passa por fases – infância, adolescência, idade adulta e velhice. Em cada uma dessas fases, existem expectativas claras, como o momento certo de “namorar”.
O Ciclo de Expectativas
Nossa sociedade reforça essa vida de fases, moldando como apreendemos o mundo ao nosso redor. Assim, aprendemos que é necessário estudar para o vestibular, depois cursar uma faculdade, em seguida encontrar um trabalho, e logo depois, construir uma vida ao lado de alguém. Com isso, vêm outras expectativas: ter filhos, cuidar da família e repetir o ciclo. De certa forma, é um padrão sofisticado de nascer, crescer, se reproduzir e morrer, não é mesmo?
Entretanto, parece que alguém escreveu esse roteiro e simplesmente esperou que o seguíssemos à risca, sem levar em consideração os desvios e imprevistos da vida real.
O Controle que Gera Angústia
Esse roteiro estruturado pode nos dar uma falsa sensação de controle. No entanto, ele também gera angústia em dois momentos cruciais:
- Quando seguimos tudo como planejado, mas ainda assim, não sentimos realização.
- Quando uma das etapas acontece fora de ordem, ou simplesmente não ocorre, e isso nos deixa sem saber como reagir. Nesses casos, é comum sentirmos que algo deu errado.
Relacionamentos e o Roteiro Social
Os relacionamentos, por exemplo, são uma parte importante desse roteiro de vida. Em algum momento, parece que você “TEM” que estar em um relacionamento. Essa imposição gera muita angústia, pois a ausência de um relacionamento acaba sendo vista como sinônimo de fracasso. Como resultado, muitas pessoas saem em busca de qualquer parceiro, por medo de serem vistas como incompetentes ou não merecedoras de amor.
Perder-se no Caminho para o Amor
Ao seguir cegamente esse roteiro, no entanto, é fácil nos perdermos. Muitas vezes, isso nos leva a relacionamentos que não nos fazem felizes. Talvez, em algum ponto da sua vida, você já tenha se perguntado por que se relacionou com alguém que não tinha nada a ver com você ou por que se manteve em um relacionamento que só lhe trouxe sofrimento.
Conecte-se com Suas Necessidades
Em muitos desses casos, as pessoas não percebem que estão vivendo um roteiro que não respeita suas necessidades genuínas. Assim, proponho que você, agora, pare um momento e se conecte com seus verdadeiros desejos e sentimentos. Quando você se conecta consigo mesmo, fica muito mais fácil entender se é o momento certo para se relacionar, se separar, ter filhos, ou até mesmo ficar só.
O Problema Não São as Fases da Vida
Vale ressaltar que o problema não está nas fases da vida. Afinal, as fases são parte natural do nosso desenvolvimento. Também não é uma questão de biologia mal interpretada. O verdadeiro problema está no roteiro que nos é imposto, sem respeitar nossas necessidades individuais. Portanto, priorize-se. Descubra o que realmente te traz satisfação, tanto na vida quanto nos seus relacionamentos.